A jornada do herói é um tema amplamente discutido no universo da psicologia. Simboliza a nossa jornada de desenvolvimento psicológico e de construção da nossa consciência. É vivendo e enfrentando nossas batalhas internas que conseguimos viver nossos processos de aprendizado com a dimensão e profundidade que nossa psique contempla.
O herói é uma figura que protege seu povo, disposto a fazer as renúncias certas em nome dos desafios que precisam atingidos. A jornada de Hercules (ou Héracles), por exemplo, é composta por 12 trabalhos estipulados por um rei que visa encerrar a vida do personagem, mas o que acontece na prática é que a cada batalha Hercules aprende a confiar na sua força e a desenvolver ainda mais habilidades que até então ele não se compreendia capaz de executar. É um caminho de transformação e de fortificação.
É um caminho cíclico, então na nossa história isso se dá em diversos momentos, a medida em que nos deparamos diante da necessidade de ampliar a nossa compreensão sobre nós mesmos e enfrentar nossos monstros e medos internos, ora com força física, ora com mais astúcia, estratégias mais elaboradas, que demanda um trabalho mais racional refinado. É sobretudo, um caminho de apropriação de si mesmo.
Joseph Campbell é um dos autores que se tem como referência quando se trata dessa mitologia, em um trecho da sua obra O Herói de Mil Faces, refere que o "herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes". Isso dá dimensão de como nossa jornada individual também contribui com o nosso desenvolvimento coletivo.
Por fim, é comum que nessas histórias os personagens acabem morrendo em algum momento antes de algum tipo de renascimento, essa morte por simbolizar o que justamente nos dá o encerramento de uma versão anterior para o renascimento de uma versão ainda mais desenvolvida, ampla e potente de nós mesmos.
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