
No processo de análise é possível chegar-se à conclusão de que nossas respostas mais genuínas e autenticas estão dentro de nós, por mais que tentemos compreender o mundo ao nosso redor, cada vez mais evidencia-se o quanto a saída é direcionada para dentro, para nossas profundezas psíquicas e emocionais.
Então, fica a questão, é possível estabelecer e/ou fortalecer essa ponte que viabiliza nossa comunicação? É possível saber que perguntas precisamos fazer e como compreender as respostas?
Em uma das suas obras Jung defende:
"Só a erudição não basta; existe um saber do coração, que dá esclarecimentos mais profundos. O saber do coração não é possível encontrá-lo em nenhum livro e em nenhuma boca de professor, mas ele nasce de ti como o grão verde, da terra preta. A erudição pertence ao espírito dessa época, mas este espírito não abrange o sonho, pois a alma está em toda a parte onde o saber ensinado não está. [...] Só poderás conseguir este saber vivendo plenamente a tua vida”.
Felizmente para uns e infelizmente para outros, não existem respostas prontas, especialmente quando falamos sobre subjetividade e nosso caminho de desenvolvimento. Existe o NOSSO caminho, cada um com sua paisagem única, com suas características e histórias. Cabe a nós, nos disponibilizarmos para essa comunicação, nos libertarmos das nossas limitações e engessamento, validar e valorizar as mensagens inconscientes e simbólicas, transmitidas através dos nossos sonhos, produções expressivas, intuições, através da dança, do corpo. Ou seja, é possível sim fortalecer essa via, desde que antes, a possamos acolher em sua forma natural. Pode ser que nunca saibamos que perguntas precisamos fazer, mas certamente, conseguiremos as respostas que precisamos ouvir.
JUNG, C.G. O Livro Vermelho: edição sem ilustrações. 3º edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013
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