Uma das importantes e diferenciadas capacidades e habilidades humana é a Criação. Trata-se da possibilidade de adaptação do mundo aos mundos. Também é ato de comunicação: estrutura-se, atribui-se significados e transmite-os.
Criação e Criatividade é um ato natural, único e particular.
O enfoque dado aqui é do ser humano criativo e a criatividade enquanto habilidade humana de criação. Trata-se da capacidade de responder de forma original e espontânea a acontecimentos do cotidiano. Ao mesmo tempo, numa teia complexa, contempla a necessidade de expressão.
Nesse processo o sujeito se vê diante de suas falhas, mas acima de tudo, diante de suas potencialidades e recursos. Ao criar e perceber a sua criatividade, ele se constitui, se reconhece e se expande em meio às possibilidades. .
Ali enquanto criamos, podemos: construir, destruir, formar, cortar, colar, costurar, organizar, refazer, experimentar. Dando espaço e entrando em contato com possibilidades de formas, texturas, temperaturas, traços, tamanhos. São movimentos que podem ser vividos metaforicamente e concretamente num espaço protegido e seguro. Às vezes, são estes movimentos que precisamos e podem ser expressos simbolicamente.
Criar implica explorar materiais e aciona memórias afetivas. Desperta e estimula aspectos sensoriais, imaginativos e simbólicos.
Criatividade e Criação são tesouros. Algumas vezes mais claros e outras escondidas, mas, cada um da sua forma, sempre presentes. Por meio destes, estimula-se e desperta-se uma atitude de renovação imprescindível para o processo de desenvolvimento humano.
Na psicoterapia intermediada pela arte, parte do trabalho requer oferecer acolhimento a estes conteúdos e em contrapartida, suporte para uma compreensão ampliada do processo criativo e artístico. A arte é também criação como um ato complexo anterior à percepção do belo por um senso estético.
O valor simbólico precede o valor estético.
Neste sentido, tratamos de auxiliar o sujeito em terapia a enxergar e ampliar sua perspectiva sobre a beleza, podendo compreender e valorizar a beleza do processo de expressão pelo ponto de vista simbólico, rico de significados e sentidos individuais que não se esgotam.
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