
Os sons fazem parte da nossa vida desde o princípio da nossa história. Fisicamente acompanhando o movimento e vitalidade do nosso corpo, como batimento cardíaco, respiração, na nossa comunicação cotidiana (sabe-se que em algumas culturas a música era uma das primeiras e principais formas de comunicação), até as nossas expressões mais elaboradas, como na arte que convida a nossa mente e corpo a acompanhar seus ritmos com corpo e alma.
Na compreensão da psicologia analítica, Jung chega a falar que a música expressa o movimento dos sentimentos e que a música expressa em sons o que as fantasias e visões exprimem em imagens visuais. Sua esposa, Emma Jung concorda referindo que a música é um convite às nossas profundezas psíquicas.
Essa noção do efeito e conexão da música com a nossa psique atravessada pela ideia de que a música atua como uma espécie de linguagem emocional, que desperta nossas emoções, sensações e sentimentos que podemos ter muita dificuldade de acessar racionalmente e intelectualmente, nos viabiliza experiências de vivencias de outra ordem. A música acessa e mobiliza nossa psique, desde a sua produção como uma oportunidade de trazer para fora nossos conteúdos internos, até o contato com um material já existente, com seus ritmos, timbres, melodias, composição de letra, ou seja, a história que essa música conta. Nesse ponto compreendemos a música também como uma produção simbólica.
A Musicoterapia é uma prática de intervenção musical no contexto clínico de tratamento, reabilitação, prevenção de saúde e bem-estar e ou educacional. Ela pode ser contemplada a partir desse prisma simbólico, entrando em contato com seu conteúdo, bem como outras possibilidades de atuação como um trabalho com a escuta e seus efeitos neurológicos, acompanhadas ou não de intervenções corporais (acompanhar o ritmo dançando, batendo palmas, cantando, etc.), também existem trabalhos que associam a música a atividades de imaginação ativa, ou seja, os efeitos e possibilidades de intervenção são múltiplos.
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